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EL PADRE - le blog du père Emmanuel

Homélies et autres réflexions

Homilia para o 3° domingo da quaresma|Ano A|2020

Hoje podemos nos sentir indefesos, horrorizados, impotentes, diante de tudo o que está acontecendo no mundo por causa da epidemia de coronavírus. Nossa humanidade está sendo duramente atingida e só podemos consentir com o fato de que somos frágeis e vulneráveis.

Vulnerável! Às vezes temos tanto medo disso que nos damos uma imagem forte e confiante. Gosto de pensar que a samaritana, quando se aproximou do poço para buscar sua água, teve que mostrar também a imagem de uma mulher confiante, talvez um pouco indiferente ao homem que estava lá, sentado. Ela não queria se sentir julgada. Ela só queria pegar a água e voltar para seus afazeres. E antes mesmo de ela se inclinar sobre o poço, o homem pede-lhe para beber. E ao perguntar-lhe isso, Jesus colocou-se no lugar daquele que precisa, daquele que está vulnerável.

O evangelista nos diz que Jesus parou porque estava "cansado da caminhada". Esta estrada empoeirada, em pleno sol do meio-dia. E ao parar à beira do poço, ele peregrinou na vida da mulher samaritana. A fadiga de Jesus não é decisiva em sua capacidade de se relacionar. Ele conhece essa mulher; ela, por outro lado, cansada da vida, a partir desse encontro vê nascer uma nova vida!

"Se conhecesses o dom de Deus e quem te diz: dá-me de beber...” Foi a observação que fez Jesus para a mulher samaritana. Mas essa também é a observação que ele está fazendo para nós hoje. "Se conhecesses o dom de Deus...” este Deus que se tornou próximo e vulnerável. Este Deus que caminha incansavelmente nas estradas de nossas vidas, conosco! Este Deus que luta nossas lutas conosco. "Se conhecesses o dom de Deus...” esse Deus que nos convida a parar na beira do poço para extrair a força que precisamos para a caminhada.

Cristo veio para se juntar ao coração desta mulher que gradualmente entendeu que o homem à beira do poço não era como os outros. Mas este homem lá colocou sobre ela um olhar amoroso, benevolente, um olhar que ressuscita. Aquele homem lá era o próprio Deus. E permitiu que a samaritana redescobrisse o que é essencial: a capacidade de amar e deixar-se ser amada. Por um amor verdadeiro, justo, responsável.

É essa capacidade que somos convidados a encontrar hoje e vemos na humanidade, vulnerável, a redescoberta do dom de si mesmo, a redescoberta do amor ao próximo. Não cedamos à desconfiança ou à indiferença. Vamos também redescobrir o homem que está sentado à beira do poço, Jesus, e vamos nos sentar com ele. Só ele pode nos dar a paz que buscamos. Só ele pode nos ajudar em nossa peregrinação interior e em nossas lutas. Só ele pode olhar para nós nos amando e mostrando-nos que nossa vulnerabilidade pode ser uma fonte de criatividade. Porque vulnerabilidade é próprio do amor e o amor é criativo! Sim, podemos estar indefesos, horrorizados, impotentes, diante de tudo o que está acontecendo no mundo por causa da epidemia de coronavírus. Mas sabemos qual é o dom de Deus. E este dom é o Espírito Santo que nos foi dado. O dom do amor. Continuemos nossa peregrinação com confiança porque, em nossos corações, Deus estabeleceu a esperança, que não decepciona! Pois nossa esperança é o Cristo!

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