12 Octobre 2025
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Uma canção popular brasileira que canta a devoção do nosso povo por Nossa Senhora Aparecida diz, em um certo momento: “como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar...” Essa canção fala de tantas romarias que se põem em marcha em sinal de devoção e agradecimento por tantas graças recebidas. E quando chegam ao lugar do encontro, muitas vezes faltam as palavras, mas sempre sobra o olhar! E neste olhar sincero, cheio de esperança, acontece a oração. Contrariamente ao que alguns dizem ou interpretam, sabemos que não é Maria quem faz o milagre. Sabemos que ela não é deusa nem tem poder. Ou melhor, ela tem um poder sim, o maior de todos: o de ser mãe! Ela é mãe. Mãe de Deus e nossa mãe. Ela não pode realizar o milagre, mas ela pode fazer com que o milagre se antecipe. E não sou eu quem diz, é o evangelho. É o que lemos hoje: naquela festa de casamento na qual tudo poderia dar errado por causa da falta do vinho, ela se aproxima do seu filho para pedir o milagre. Isso se chama INTERCESSÃO. Ela pede em nome daqueles que não podem pedir, porque não sabem pedir. E quando o filho a questiona: “por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” Ela faz aquilo que sempre soube fazer: ela confia! E por quê? Porque ela tem o maior poder que qualquer pessoa pode ter: ela é mãe! E ela é a mãe do Salvador!
Numa calma confiante Maria chama os que estavam servindo e diz: “fazei o que ele vos disser.” E a confiança dela passa para aqueles que a ouviram. E o milagre acontece! A hora de Jesus ainda não havia chegado, a hora da revelação ainda não havia chegado, mas o pedido de sua mãe faz tudo mudar: ele opera seu primeiro milagre a pedido daquela a quem foi dito: “todas as gerações te chamarão bem-aventurada.”
E hoje estamos aqui, proclamando-a “bem-aventurada”. Somos nós também essa geração! Estamos aqui trazendo nossas talhas de pedra cheias de água para que Jesus a transforme em vinho. E mais uma vez a mãe de Jesus intercede por cada um de nós. A imagem que temos diante dos olhos, é a replica daquela primeira imagem achada no rio Paraíba. E contrariamente a tantas aparições de Maria, quis o bom Deus que a imagem da mãe de seu filho que acolhe o Brasil seja uma saída das águas, quebrada e colhida por três pobres homens em busca de alimento. Como um convite para que cada nunca percamos a confiança. Uma lembrança de que Deus sempre está do lado do mais pobre e que tudo pode ser restaurado!
Irmãos e irmãs, quantas lutas e combates nosso povo atravessa. Quantas lágrimas pais e mães derramam por seus filhos; quantos sonhos de tantos jovens são cessados por causa da violência, da droga, do álcool. Quantas famílias são destruídas por causa da divisão, da inveja. Quantas comunidades são infecundas por causa de fofocas mesquinhas? Mas ainda assim, quantos de nós ainda tem esperança e guarda a fé. Quantos de nós, não sabendo rezar, mostram somente um olhar e o fixa naquele que nos levanta: Jesus Cristo.
Hoje, para cada um de nós, Maria também nos diz: “fazei o que ele vos disser.” Ele transformará nossa água no vinho da unidade, do perdão, da acolhida, da escuta. Ele dá o sentido profundo da nossa vida!
“Fazei o que ele vos disser...” e o que Ele nos diz? Ele nos pede para acolhê-lo. Para escolhê-lo, verdadeiramente. E para amar! Amar e amar! E Maria, Virgem santa e fiel, nos ajuda na caminhada, e nos apresenta ao seu filho cada vez que não temos mais forças, cada vez que não conseguimos. Que este dia seja para cada um de nós o primeiro de uma nova vida com Cristo. Que saindo daqui, decidamos realmente, voltar para nossa vida e colocar o Cristo no primeiro lugar. Que ele seja sempre o convidado de honra da nossa festa, da nossa vida! E quando não soubermos como fazer, lembremo-nos: o poder de Maria é aquele de ser mãe! E sempre podemos mostrar-lhe o nosso olhar sincero para que a “a mina” às vezes “escura e funda” que é a nossa vida, seja iluminada com a luz do Cristo ressuscitado!