28 Avril 2025
Com o seu "Tudo é rio", Carla Madeira nos faz velejar nas emoções mais profundas da nossa humanidade. Com linguagem ora crua, ora sensível, mas sempre poética, atravessamos a história de Dalva, de Venâncio e de Lucy. E entramos assim naquilo que o ser humano tem de mais tenebroso, et de mais belo!
Tal qual um rio caudaloso que enfrenta, num mesmo leito, a calmaria e a tempestade, cada personagem nos traz uma nuance da humanidade. E seguimos... curiosos e emocionados, surpresos e incrédulos, nesta viagem ao coração das relações, ao âmago daquilo que nos faz querer avançar: o desejo de amor, de perdão, de recomeço.
E porque eu gostei desta bela navegação literária, deixo aqui algumas citações:
“O amor é alegre. Se não é alegre, não é amor.”
“Não tem juízo que interrompa quem adoece de saudade.”
“Mas e o amor? 0 que é senão um monte de gostar? Gostar de falar, gostar de tocar, gostar de cheirar, gostar de ouvir, gostar de olhar. Gostar de se abandonar no outro. O amor não passa de um gostar de muitos verbos ao mesmo tempo.”
“É pra varrer? Vamos varrer, se você dança com a vassoura, ela dança com você. Se é pra lavar, lave, que a alma sai limpa do esforço. Sofrer com miudeza é querer ser infeliz, ignore o cisco. Se o corpo cansa, dê a ele um tempo, quase tudo pode esperar.”
“O amor, quando nasce forte, tem pressa de ser eterno.”
“Ninguém precisa ajudar ninguém a sofrer. O sofrimento vem sozinho, tem pernas... o que a gente tem de buscar é a alegria.”
“Desistir de Deus é muita solidão.”
“É difícil pro homem, que manda e desmanda aqui na terra, entender que Deus não existe para fazer nossas vontades, nem para vigiar cada gesto nosso, ficar contando pecados, exigindo coisas que não podemos dar. A contabilidade de Deus é outra. Eu não preocupo com o que Ele quer de mim. Vê se vou preocupar com isso! Quando Ele quer alguma coisa, tem, sabe se virar como ninguém. Eu gasto mais em pensar o que eu quero de Deus.
Pedir a Deus para não sofrer é como pedir para voar. Mas a gente pede assim mesmo e depois fica com raiva do pobre coitado.”